por Guilherme Cosenza
Ela estava debaixo do chuveiro e não reparou que ele entrará no banheiro. Foi até ela e abraçou-a por trás. Ela se assustou, mas logo percebeu que se tratava de seu amado e do canto da boca saiu um sorriso. Ele a virou e começou a beijá-la. Os corpos juntos, colados estavam tão quentes que a água quase evaporava ao tocar seus corpos.
Ele então penetrou-a com calma, ela sussurrava um gemido em seu ouvido. A intensidade era grande e enquanto isso ela pensava: “vai logo, vai logo, vem logo, vem”. Ele por sua vez pensava: “ainda não, ainda não, calma, calma”. A intensidade aumentou e mesmo tentando segurar de todas as formas, ele chegou ao orgasmo, já ela, descobriu que não seria dessa vez que conseguirá atingir o tão esperado clímax. A história contada pareceu comum a você? Você se viu na figura de algum dos dois personagens? Se a sua resposta for “sim”, fique tranquilo, você é bem normal e faz parte de uma enorme fatia da população. Porém, esse fato traz uma grande questão que ronda as camas e cabeças de casais e cientistas de todo o mundo: quanto tempo deve durar o ato sexual?
Um estudo realizado pela Universidade de Utrecht reuniu dados de 500 casais heterossexuais de cinco países (Holanda, Reino Unidos, Estados Unidos, Espanha e Turquia). As mulheres receberam um cronômetro que disparavam no momento da penetração e acionavam novamente quando havia ejaculação. O resultado foi bem variado: de relações de 33 segundos a outras de 44 minutos.”Tirar a média não resultaria em um número muito fidedigno por causa da grande variação, o mais sensato foi valorizar a mediana. Ou seja, aquele índice em que o maior número de casais concentrou as respostas – que foi 5,4 minutos”, explica Carmita Abdo, coordenadora do Programa de Estudos em Sexualidade da USP (Universidade de São Paulo).
Carmita ainda destacou que a mediana foi decrescendo com a idade: homens de 18 a 30 anos tiveram, com mais frequência, penetrações de 6,5 minutos. Entre os mais velhos de 51 anos, a mediana foi de 4,3 minutos. A coordenadora ainda explicou o motivo de atualmente os homens terem mais a preocupação com a demora para a ejaculação: “a liberação sexual feminina acarretou uma mudança de conceito: para conseguir sexo em sincronia com sua parceira, ser rápido deixou de ser interessante para ele. O homem passou a se adaptar ao tempo dela”.